Colheita e Produção
A colheita é uma festa para a família Garbin Obino. Durante quinze dias, os prazos processuais, as aulas dos filhos, o Carnaval, e a administração do haras ficam em segundo plano. No mês de fevereiro, conforme as frutas iniciam o processo de amadurecimento, o despertar é antes das cinco horas, tendo Mercúrio e Vênus por testemunha. Mesmo antes do sol nascer a leste, os sombrites já estão esticados abaixo das oliveiras.
Um grupo de cerca de dez trabalhadores se soma a família e aos amigos para a colheita que é manual. Pentes, luvas e escadas são os instrumentos de trabalho e quando as árvores estão muito altas, derriçadeiras importadas da Grécia auxiliam nos trabalhos. As folhas são separadas, os frutos que caem fora do sombrite descartados, e as frutas selecionadas (ainda verdes para garantir o amargor e a picância) são armazenadas em caixas no meio da mata virgem que margeia o pomar, bem longe do sol.
No meio da tarde as azeitonas colhidas (entre meia e uma tonelada por dia) são entregues no parceiro que imediatamente inicia o processo de extração. No máximo doze horas depois de colhidas, as azeitonas são transformadas no ouro líquido que é o azeite de oliva extravirgem. Cada tonelada de azeitona garante um pouco mais de 100 litros de um azeite que tem como único compromisso o frescor, o amargor e a picância. O processo de extração é pelo método de ciclo contínuo de duas fases.
O azeite Capela de Santana é produzido sem a preocupação com o mercado. O processo de colheita respeita todos os procedimentos para garantir um produto de alta qualidade, com cuidados particulares, e que são próprios da paixão pela atividade (azienda del cuore, para os italianos). Produzimos o azeite que sempre desejamos consumir. As azeitonas são colhidas verdes, as que não estão perfeitas não vão para a indústria, porque não buscamos volume, nem lucro. São pequenas partilhas para uma reserva familiar. A produção excedente é comercializada através de venda direta e em empórios selecionados. Quem quer um azeite neutro, sem amargor e picância, não deve provar um Capela de Santana. O Capela é para poucos. É para quem quer o azeite extravirgem como protagonista.